Para entender a importância do Visual Merchandising (VM) para o varejo é preciso compreender o contexto em que essa atividade se desenvolveu. Desde que o homem começou a vender algo, comerciantes se preocuparam com a apresentação de seus produtos. As primeiras vitrines remontam as feiras da idade média, mas foi no século XX, com a expansão da sociedade de consumo, o consequente aumento da concorrência e a mudança de comportamento dos consumidores, que o mercado precisou buscar novas alternativas para captar a atenção das pessoas e influenciar suas decisões de compra. E como a crise é a mãe da inovação, foi assim que, após as dificuldades econômicas vividas na década de 1980, o trabalho realizado nas vitrines se estendeu para o interior das lojas modificando os espaços comerciais e proporcionando novas experiências de consumo. Surgia um novo tipo de profissional: o Visual Merchandiser.
Esse profissional, ainda hoje pouco compreendido (principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil), foi responsável pela criação de ambientes comerciais mais elaborados e convidativos. A estória contada na vitrine era desdobrada em displays e exposições no interior da loja, ajudando a criar motivos para que pessoas se relacionassem de maneira mais efetiva e afetiva com produtos e serviços.
Hoje, em meio a lojas de autosserviço, mercados saturados e clientes hiper conectados e informados, uma marca tem apenas alguns segundos (mas precisamente 3) para IMPACTAR o consumidor que passa em frente ao ponto de venda. A vitrine exerce o poder de sedução que pode levar o shopper a escolher entrar em uma loja ao invés de outra! Mas uma vitrine incrível não é o suficiente para envolvê-lo, é apenas o primeiro passo. A mensagem encontrada dentro da loja precisa ser coerente com a imagem apresentada do lado de fora.
Neste sentido gosto muito de uma colocação do Tony Morgan*, professor de VM na London College of Fashion, que diz o seguinte:
“Não há dúvidas que vitrines são uma forma de venda se forem atrativas e inovadoras. (…) Uma vitrine bem composta não só atrai o cliente para dentro da loja como também fortalece a imagem da marca. Ela funciona como uma ferramenta publicitária e também fornece uma visão do que o consumidor encontrará dentro da loja”.
O VM é a apresentação do produto na sua potencialidade máxima! E isso ocorre por meio de diversos fatores como acessibilidade e sinalização clara, ambiente convidativo e envolvente que proporcionem experiências agradáveis, boa iluminação e equipe capacitada para oferecer um atendimento coerente com os valores da marca. Segundo pesquisas, a vitrine é responsável por 70% das vendas, em torno de 80% das decisões de compra são realizadas no ponto de venda e mais de 90% das escolhas de produtos são realizadas com base em fatores visuais.
Pense um pouco! Você com certeza já entrou em alguma loja “sem querer” e acabou comprando algo que não estava procurando, ou seja, sim, você já foi influenciado pelo poder de SEDUÇÃO do visual merchandising. Isso mostra o quanto o VM é uma ferramenta importante para impactar o consumidor de forma positiva, agregar valor a marcas, produtos e serviços e, por fim, consolidar a VENDA.
*Morgan, Tony. Visual Merchandising: Window and in-store display for retail. London: Laurence King, 2008.
Fonte: WhatEver Varejo Criativo